terça-feira, 15 de novembro de 2011

apresentação do grupo

"A centralidade que as práticas de consumo ocupam na vida das crianças, forja seus modos de ser." (Costa, 2011)


O GEMCE – GRUPO DE ESTUDOS E PESQUISAS DA MÍDIA, CONSUMO e EDUCAÇÃO, nasce em 2011, com o intuito de implantar uma linha de estudos, articulada com as questões sobre consumo e educação e seu processo de articulação com a Escola e a Sociedade Contemporânea. Preocupa-se efetivar a participação dos alunos em seus trabalhos, por meio de atividades de leitura e discussão de textos teóricos, que possibilitem conhecer e aprofundar métodos de estudo e pesquisa. A dinâmica dos encontros prevê a mediação de um professor coordenador, demais professores da Instituição Educacional, e a participação de outros programas.

Questões de estudo:
Não restam dúvidas de que nas sociedades atuais as crianças estão sendo convocadas a se engajarem em práticas de consumo desde a mais tenra idade, o que produz efeitos em suas relações sociais, nas formas como percebem a si mesmas e aos outros.

Temática central - Infâncias do consumo:
São essas infâncias forjadas pela cultura da mídia e do consumo que chegam à escola  neste século e que nos desafiam como professores e pesquisadores.

Alguns escritos sobre o tema:
Infância e consumo.


       A presença da mídia na vida cultural e social em nossas vidas é uma característica central dos tempos atuais.
            Esta forte presença sobre o desenvolvimento infantil, através de múltiplos canais de acesso de diferentes conteúdos, a partir de vertiginoso volume e velocidade de informação, não pode mais ser colocada em segundo plano do âmbito das discussões na medida que crianças e adolescentes são, quase que constantemente, instigados a olhar e a perceber o mundo a partir da visão proposta pelos meios de comunicação.
            Infelizmente, o quadro brasileiro aponta para um déficit em relação à omissão do poder público – seja no que se refere à produção de conteúdos de qualidade para a infância e adolescência, quanto na adoção de medidas mais eficientes para proteção destas no que se refere ao impacto do material  muitas vezes nocivo que vem sendo veiculado.
            Em contra partida, encontramos inúmeros pesquisadores em todas as partes do mundo, produzindo conhecimento sobre as interfaces do relacionamento da infância e mídia construindo um patrimônio de fontes de pesquisa e estudos nas áreas da Educação, Sociologia, Psicologia, Comunicação e outras.
            Com frequência, encontramos na mídia significativas influências ao consumismo infantil, uma prática sexual pouco responsável e comportamentos discriminatórios enquanto fatores de estímulo.A participação da mídia na alteração das condições dos processos de construção social da realidade de nossas crianças constituindo crenças, valores, hábitos e sentidos de pertencimento a uma representação daquilo que desejam ser, já é um fato.
Por considerar a peculiaridade do público infantil, já que suas noções de realidade e ficção estão em formação, manifestamos nossa preocupação e perguntamos: quais referenciais de realidade as crianças estão sendo estimuladas a formar em sua relação com a publicidade? Como transitam neste território? O que a publicidade está a dizer sobre a infância quando faz uso da sua imagem? Que lugar social a criança ocupa nas relações de produção e consumo?
Na medida que encontramos estas e outras respostas para nossas inquietações passamos a entender quer esculpida por campanhas publicitárias, a infância, que circula em diferentes caminhos, reflete mudanças profundas nos campos social, econômico e educacional. A publicidade, neste sentido então, se constitui uma das esferas mais avançadas da produção de imagens passando a ser uma pedagogia que ensina as crianças, uma visão de mundo e de valores ao mesmo tempo em que ensina, também,  quais comportamentos são socialmente aceitáveis e quais são inaceitáveis.
            Uma mudança significativa na vivência da infância e da adolescência é, nesse contexto midiático. Referimo-nos aqui não somente ao aspecto da qualidade, mas também de quantidade dos processos de produção e subjetividades associados à publicidade na diluição de fronteiras entre adultos e crianças.
            Colocados como objetos de consumo - os brinquedos, os livros, os materiais escolares, os lugares para festas, a moda, a música, celulares, e outros se apresentam no discurso publicitário, com qualidades de "coisas de infância", de tal forma que usufruir daquele bem implica diretamente adquirir uma certa identidade:  freqüentar determinado lugar, usar determinado tipo de roupa ou acessório como determinada mochila  de tal marca, significa  "um modo de ser criança", ou ser identificado como detentor de certas qualidades percebidas socialmente; assim, submetidos a essa magia, todos nos reconhecemos de um modo ou de outro nas identidades que circulam nos anúncios.

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